O erro repetido passa por verdade.
Consensus tollit errorem.
Somos flores em vasos. Não nos deixam esperar a polinização. Não nos dão terra o suficiente para entranharmos as nossas raízes. Nossos vasos são curtos e o adubo vem em potes com quantidades certas. Entre tantas maneiras filias de renovar, escolhemos o ficial. Quero a passividade do vento.
Consensus tollit errorem.
Tudo está massificado. A comida, o ensino, as vestimentas, as idéias, os ideais. Estamos mais próximos e mais distantes do que jamais estivemos. A tecnologia separa, buscando unir.
Vivo em conflitos internos sobre o que quero da vida material e o que me dizem ou fazem querer. O que menos quero é o tangível, quero o material metafórico, sobrenatural. Vivo com a angústia de querer tudo ao mesmo tempo. Tento me equilibrar. Me encontro no outro. Encarnei no mundo errado.
Consensus tollit errorem.
Vivemos à base de rótulos. A todos os lugares aonde vou, sou invadida por conversas alienadas. Escolher um lado está em voga. Os libertinos tons de cinza foram pudorizados.
Meus sonhos foram roubados, enlatados e rotulados com uma estampa medíocre. Vendem-se em prateleiras nas quais não tenho acesso sem ser subsidiado.
Invertemos os que trazem as falácias dos autênticos. A insensatez do discurso ordinário versa sobre o ódio, e a lógica tem tarja preta.
O erro repetido passa por verdade.